terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma reflexão sobre o casamento gay


Transcrevo uma reflexão, feita na área católica, que me parece muito útil e pertinente, sobre o "casamento" gay:

"A proposta de lei que legaliza o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo foi aprovada pelo Parlamento a 11 de Fevereiro, com votos favoráveis do PS, BE, PCP e Verdes. Seis deputados do PSD abstiveram-se. O CDS-PP e a maioria da bancada social-democrata votaram contra o diploma, bem como as suas deputadas independentes eleitas pelo PS.

O diploma retira do Código Civila expressão "de sexo diferente" na definição de casamento. "Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida", é a redacção aprovada. O Senhor Presidente da República tomou a decisão inevitável de promulgar a lei, considerando a continuação da discussão mais fracturante.

O alargamento da palavra "casamento" aos homossexuais continua a ser discriminatório: ainda exclui os poligâmicos e os bestiais, entre outros "casamentos". Mas o PM diz que se trata de "uma visão progressista e de futuro" e que assim se cria "uma sociedade com menos discriminações".

Trata-se de um avanço da civilização, na linguagem da maioria dos socialistas e de outros, ao destruír a família por dentro. Na verdade, para a maioria dos deputados portugueses, destruir a família corresponde a um avanço da civilização".

In "Boletim Paroquial de Vila Nova da Telha", nº 171, 23 de Maio de 2010

3 comentários:

  1. E um assunto muito dificil de analizar pelo seguinte: ou se proíbe e se penaliza que não resolveria nada: ou se legaliza e cometemos, enquanto sociedade mais uma aberração.Enquanto esses grupos se forem afirmando manipolando partidos e sociedade em geral, vai existir sempre alguém que se lembre de querer mais.Alguém já pensou que amanhã eu posso reivindicar o direito de casar com o meu cão...(também já vive comigo, á doze anos)

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  2. O Estado não contratualiza afectos. Ninguém confere juridicidade à relação que tem com os amigos, a/o namorada/o, ou os familiares. O casamento, portanto, não existe como contratualização do amor entre pessoas (sendo que o conceito de «contratualização do afecto» é absolutamente asqueroso, soa a burocratização desse mesmo amor, à definição de uma soma de cláusulas a cumprir de parte a parte por medo do tribunal, e não por explícito acordo mútuo): existe como forma de a comunidade proteger uma célula social que perpetue essa comunidade: é esta a teleologia e a função social do casamento sob a análise sócio-antropológica mais materialista possível. Ora, essa social célula só pode ser a família heterossexual. Dar o mesmo tratamento jurídico a coisas totalmente diferentes é politicamente (no sentido literal do termo) ilógico e uma deformação, por «esticão», do conceito de igualdade.

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  3. Caro João,

    O teu comentário é lúcido e oportuno. Acresce que tens uma afirmação que me parece absoltamente essencial:

    "Ora, essa social célula só pode ser a família heterossexual".

    Claro! Claro que sim!
    Está tudo doido...

    Um grande abraço

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