terça-feira, 8 de junho de 2010

A Hipocrisia puritana contra a Igreja Católica


Muito haveria, seguramente, para escrever e dizer a respeito deste tópico...
Há muita confusão na cabeça das pessoas nesta sociedade superficial e profundamente ignorante nesta poluição informativa que, através dos "media", catequiza erradamente as cabeças das pessoas.

No entanto sejamos simples, breves e "grossos" (grosso modo) na maneira de o abordar, porque há questões que devem ser devidamente analisadas:
  1. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas TODA a gente gosta dos feriados católicos (e nã se consta que seja para os festejar com entusiasmo e devoção, junto da família, mas antes para mundana satisfação e prazer individual).
  2. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas TODA a gente quer um funeral com missa de corpo presente.
  3. Toda a gente diz mal da Igreja Catolica, mas TODA a gente quer missas por intenção da alma de pessoas falecidas - "fica bem".
  4. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas TODA a gente sonha com um casamento religioso para pretextuar um grande banquete, largo e farto e esquecer a verdadeira essência das coisas: a união eterna e a comunhão de esforços que o casamento traz...
  5. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas TODA a gente sonha em fazer a comunhão dos filhos - mesmo que não façam Crisma (aqui já não há comes) - para dar largas a (mais) um grande banquete em que a família e arredores sejam todos convidados...
  6. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas TODA a gente se diz "católico não praticante", "culturalmente catíolico" ou "ocidental" - é preciso perceber que o conceito de "ocidental", mais do que a posição geográfica, marca uma cultura europeia em que o Cristianismo é a matriz mais destacada e estruturante.
  7. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas QUEM PODE coloca os filhos em Colégios Católicos, considerando que esta é a melhor formação (integral) para os filhos.
  8. Toda a gente diz mal da Igreja Católica, mas TODA a gente é herdeira de uma cultura caritativa, libertária e individual própria da doutrina cristã

Diz-se frequentemente que o Papa está cheio de ouro, ricos paramentos e um luxo ostentatório... Pergunto: como se marcava, em tempos idos (e temos que perceber que há um contínuo e uma coerência em todos estes séculos - e essa é a força de uma instituição com 2000 anos!!) a diferenciação social entre quem estava no "topo" e na base da pirâmide social? Era dessa forma - pela imagem, pelo esmagamento do indivíduo perante todo aquele "espectáculo cénico" de poder...

Muito fez o Papa João Paulo II (e agora também Bento XVI) que, reconhecendo as fragilidades e debilidades de uma organização humana que é a Igreja, pediu desculpa pelos actos indignos e profundamente arbitrários cometidos no passado: a Inquisição, o "Index" e outras perseguições aceites pelos poderes eclesiásticos...

Ainda não qualquer ayatollah pedir desculpa pela destruição criminosa e vergonhosa dos budas do Afeganistão, ou pelo apedrejamento das mulheres vítimas de violência e totalmente desprotegidas face aos maridos todo-poderosos, ou pelas perseguições feitas a turistas e cidadãos em nome da "jihad"...

De facto, os 2010 anos da Igreja de Cristo e a contínua luta do Povo de Deus dão a esta instituição - que é feita, recordo, não pelos Padres, não pelos Bispos e Papa, mas por TODOS os que dela faze parte e comungam da união dos irmãos - a força para continuar a estimulante caminhada de acompanhar um mundo em permanente mudança mas que está completamente à deriva, "sem rei, nem roque"

10 comentários:

  1. 1º Temos que fazer a destinção entre «Igreja Cristã e Religião Católica» Porque uma Religião que faz festas a tudo e todos menos a Cristo, não se poderá apelidar de Cristã. O Sr. Padre de umas Fregusias do Concelho de Arouca em tempos na T.V.disse que o ano passado tinha feito Vinte seis festas num só mês nas freguesias das quais é Prior. Sabem quantas fez Cristo? (0)
    2º Já é tempo de os Sr Padres negarem os sacramentos a quem se diz católico-não-praticante. Porque ou é e recebe ou terá de ser para poder vir a receber. Porque senão os sr Padres estão a praticar uma qualquer leviandade.Está escrito:«conheço as tuas obras:não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente.Assim porque és morno-e não és frio nem quente- vou vomitar-te da minha boca...» Apocalipse 3:15 e 16

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  2. Caro(a),

    1. É preciso separar o essencial do acessório, estou de acordo

    2. Completamente de acordo. Há que marcar um caminho - ou frio ou quente

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  3. A própria igreja já não se reconhece nos seus princípios primários porque os perdeu (e perdemos todos nós, claro)...!
    Ponham Roma a reler as escrituras e dar-lhes a sua genuina interpretação...ou então nunca mais se consegue a "essência"!
    C. Osório

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  4. Gonçalo, é a vida. O «esvaziamento ritualístico» da religião de que Bento XVI falou quando chegou a Papa, a sua redução à bricolage dominical ou às festas com comes e bebes é um fruto inultrapassável da ideia contemporânea da felicidade terrena («pursuit of happiness»). Terás de pôr a culpa nos jacobinos, como durante tanto tempo os católicos fizeram :D, de mais esse mal da Humanidade. Deus saiu do mundo, lenta mas firmemente, nos últimos 200 anos. Um dia não estará cá mais.

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  5. A ideia de culpar os jacobinos ou seja lá quem for, sem nos culparmos a nós próprios é muito pouco Cristã. Toda a mudança é temida, mas só produz frutos se partir de dentro de nós mesmos e todos temos a nossa cota de culpa porque repetimos muito a palavra «mudança» sem sermos capazes de conjugar o verbo «MUDANÇAR»ag

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  6. João,

    Se o homem não precisasse de Deus seria imortal, seria criador e não criatura, teria capacidades fora da sua esfera humana - e não tem.

    A "morte de Deus" não é possível, pelo simples facto de que o homem teme a solidão, teme o vazio, a incerteza do futuro e não há nenhuma ideologia, por mais "materialista dialética" que seja que resolva esta questão...

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  7. Concordo consigo Conceição, quando diz que é preciso buscar a "essência"... penso que é aí que tudo reside...

    É com homens do presente e do futuro como D. Manuel Clemente e Bento XVI que toda a igreja - as tais "pedras vivas" - conseguirá alcançar novos canais e novas metas, mas com os mesmos princípios - que são os de Jesus.

    A Igreja é um farol cada vez mais necessário para evitar a propagação do vírus do egoísmo colectivo

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  8. Em primeiro lugar, cumpre dizer à Conceição que, quando falei de culpar os jacobinos, estava apenas a meter-me com o Gonçalo. É evidente que essa postura seria disparatada. Mas do mesmo modo, e desculpe-me, é bastante cristã - no sentido de ser escusadamente auto-punitiva - a ideia de que os cristãos têm de se culpar «a si próprios» pela diluição a fé entre as pessoas. Lamento, e com isto entro na resposta ao Gonçalo, mas o cristianismo não está a desaparecer nem por conspiração de anticlericais, como na minha brincadeira, nem por culpa do incumprimento religioso dos crentes. O cristianismo está a desaparecer porque, na sociedade actual, por um trilião de motivos impossíveis de reduzir ao espaço de um comentário desta natureza, há uma série de forças da dinâmica social que desmantelam as condições sociais que fizeram emergir e manter a religiosidade. Evidentemente, como é comum na História das Mentalidades, o total desaparecimento da fé religiosa, máxime do culto que se tornou central nessa civilização e que marca a sua cultura de forma indiscutível, é um processo lento, moroso, que daqui por séculos poderá ainda não estar concluído - mas que só por cegueira auto-imposta se poderá considerar que não está a acontecer. E não digo isto, ao contrário do que leva a crer «a lebre» do Gonçalo, por questões ideológicas. Mesmo porque, para ser franco, o que a dinâmica social está a engendrar é uma amoralidade atomizada e «telenovelizada», uma ausência de valores e de aspirações profundas (coisa que, já agora, anula muitos dos medos do vazio e do desconhecido de que falas, por pura ausência de contacto com eles). Eu preferiria mil vezes uma sociedade onde o cristianismo tivesse peso. Os piores valores são os dos tablóides, não os dos púlpitos.

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  9. Caro João,

    1. "O cristianismo está a desaparecer porque, na sociedade actual, por um trilião de motivos impossíveis de reduzir ao espaço de um comentário desta natureza, há uma série de forças da dinâmica social que desmantelam as condições sociais que fizeram emergir e manter a religiosidade."

    É verdade que os tempos não são favoráveis. Vivemos numa era de exprimentalismos - seja no plano moral, seja no plano sexual, seja no plano cívico... Mas quando as pessoas se cansarem voltarão a agulha e o diapasão para as mais perenes referências...

    Até porque eu duvido, caríssimo, que a Sociedade seja capaz de viver sem a obra social e económica da Igreja (através das Paróquias, das Misericórdias, da "Caritas" Diocesana e de centenas de organizações com apoio activo e efectivo da igreja, como a Associação Portuguesa de amigos de Raoul Follereau, a Liga Portuguesa contra o Cancro, etc...). Nenhum egoísmo consegue substituír esta força poderosa que é a da solidariedade...

    2. "Mesmo porque, para ser franco, o que a dinâmica social está a engendrar é uma amoralidade atomizada e «telenovelizada», uma ausência de valores e de aspirações profundas (coisa que, já agora, anula muitos dos medos do vazio e do desconhecido de que falas, por pura ausência de contacto com eles). Eu preferiria mil vezes uma sociedade onde o cristianismo tivesse peso. Os piores valores são os dos tablóides, não os dos púlpitos".

    Absolutamente de acordo. Muito bem!

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  10. Temos de ter em conta uma coisa importante: é que o 'bom principio' que presidiu a esta tentativa de salvar o Homem, já foi iniciado por Alguém que não perdeu o seu tempo a andar por aqui...no entanto, foi há dois mil anos!!!
    E, hoje, esse 'bom princípio' está invertido!
    É preciso vergar o rumo, nem que doa, e repor a Verdade...a começar pela pp igreja!
    Pode ser que um dia (quem sabe) os invalores sejam superados e se consiga uma sociedade pautada pela solidariedade total.
    Mas, em abono da verdade, não bastam as obras de misericórdia...(e essas ainda existem porque a alguém interessa)!! Mas, ok, ainda bem, valham essas!!
    C. Osorio

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