sábado, 16 de maio de 2009

As meditações insondáveis de Alegre


Manuel Alegre anunciou que não vai deixar a militância no "seu" PS.

Por várias razões: tradição, coração, razão (?), etc ... etc ...

A quixotesca imagem de um Alegre que parecia descer dos céus, qual messias da esquerda, pronto para resgatar a actual maioria socialista do obscurantismo do neoliberalismo selvático e das amarras do capital (nem imaginam o que tive que respirar para dizer esta frase de uma assentada ...) parece que se desvaneceu completamente (nas mentes dos mais entusiastas), se é que alguma vez foi "real".

A poesia política de Alegre não parece muito bucólica, mas estranhamente pragmática: ele não se sente messias nenhum, mas sim um "presidenciável" que considera que um capital eleitoral de 1 milhão de votos é demasiado bom para deitar fora ...

E então esquece as digressões "das esquerdas", os musculados editoriais do Acção Socialista, os recados a Maria de Lurdes Rodrigues, a Sócrates e a Santos Silva e os devaneios que, voluntariamente, alimentou. Alegre quer apenas "negociar" com Sócrates ... Negociar no sentido de forçar uma solução mais alegrista? Criar um Bloco Central no PS? Mas isto claro que os jornalistas não exploram "ad nauseam" ...

Que destino espera o MIC (Movimento de Intervenção e Cidadania)? Uma "absorção" pelo PS? Uma "negociação" com a Secretaria geral do Largo do Rato?

Para o Parlamento sabemos que não será ... mas o que virá aí?

Entre o Alegre Poeta e o Alegre Político, julgo que quem ganhou esta contenda foi Sócrates: domesticou o poeta-deputado e, mais uma vez, dá largas a que o frondoso eucalipto que sustenta a sua liderança no PS continue a grassar e a esmagar ideologica e intelectualmente o Partido



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