sábado, 31 de outubro de 2009

Um palpite laranja


Caso se confime a crescente onda de apoios de peso (e a aceitação do próprio em entrar na "corrida", sendo muito previsível que com esta onda "quase" consensual não lhe restem grandes dúvidas) dos quais apenas destaco Paulo Rangel, José Luís Arnault, Alexandre Relvas, Morais Sarmento e "implicitamente" Alberto João Jardim, creio que não haverá dúvidas que Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa será o próximo presidente do PSD, sem grandes dúvidas ...

Faltando ainda algum tempo para indicar novas candidaturas e novos apoios das "elites" e dos "basistas" (o que quer que estas expressões signifiquem), Marcelo leva já uma inegável vantagem, que seria imprudente subestimar ...

No meu caso pessoal, não tendo aínda formulado qualquer escolha ou desejo, posso dizer aquilo que não quero para o PSD:
  • Um Presidente que passou um ano inteiro a auto-promover a sua imagem num ciclo eleitoral terrível, em que era importante que o Partido estivesse unido e militante no seu combate (a sua não inclusão na lista de deputados é, a meu ver, um castigo justamente penalizador de uma atitude guerrilheira desagradável e constante - e que teve nas Europeias e em Vila Real um ponto culminante)

  • Um Presidente que esteja a invocar patrocínios da líder (ainda) em funções e que esteja também a fazer o seu "sprint" para a meta recorrendo ao poder que (ainda) detém na vice-presidência partidária, quando se trata de uma pessoa sem qualquer dimensão intelectual e programática relevante ... Mais: quando essa mesma pessoa "fez a cama" ao líder que, com mais de 60% dos votos expressos pelos militantes foi legitimado para vencer José Sócrates e que foi constantemnte vilipendiado e posto em cheque por ambiciosos arrivistas ... como o dito senhor e a sua entrevista à Visão em Abril de 2008 (para bom entendedor ...)

  • Um Presidente que represente aquilo que é preciso "exorcizar" no PSD: o longo (e marcante) passado cavaquista ... há que virar a página desse passado (que muitos e bons frutos deu ao progresso do país, mas que está esgotado ... ponto)

E sei também aquilo que, em termos de perfil, quero para o PSD:

  • Um líder forte, apoiado pela maioria do partido

  • Um líder inteligente, capaz, com provas dadas

  • Um líder com "boa" imprensa e que a possa usar em benefício do partido (desde a segunda maioria absoluta de Cavaco que é rara a "boa" imprensa no PSD)
  • Um líder que saiba o que quer, que faça uma reforma dentro do PSD, na sua forma de comunicar e de agir politicamente e que, depois desse trabalho feito, possa - de facto - reconquistar a confiança (há muito) perdida pelos portugueses no PSD ...

  • Um líder que - como MFL, faça-se-lhe justiça - perceba o potencial criativo representado pela JSD e lhe possa dar mais força dentro do Partido para que este se possa aproximar da linguagem das novas gerações e dos novos discursos sociais

  • Um líder que, em suma, seja capaz, culto e que leia bem os ventos que vão soprando no mundo

  • Em resumo: um líder de dimensão!

Não sendo possível contar com Paulo Rangel (minha desejada primeiríssima escolha), vejo neste momento duas figuras que podem representar este perfil:

  • Paulo Mota Pinto (um homem que, ainda há 1 ano, era desconhecido da esmagadoríssima maioria dos portugueses - um Professor de Coimbra jovem e inteligente, mas já com currículo político e com uma "boa" cabeça, arrumada e empreendedora; tem a vantagem de estar no Parlamento para enfrentar "cara a cara" José Sócrates; tem a vantagem de não ter "passado" o que é uma inegável mais valia; tem a vantagem de perceber as novas plataformas e círculos de comunicação política - é a minha escolha preferida)

  • Marcelo Rebelo de Sousa (que reúne todos os predicados ditos acimas mas que, na minha opinião, tem apenas um "handicap": Já foi líder do PSD ...

Mas, não foi Sá Carneiro líder do Partido por mais do que uma ocasião?

A ver vamos ...

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