sábado, 28 de fevereiro de 2009

A coluna do Marquês I


Esta coluna que hoje principia tem como objectivo fundamental defender a candidatura de Sebastião José de Carvalho e Melo a Primeiro-Ministro de Portugal, 250 anos depois de ter começado a sua carreira política nas altas esferas da Corte.
  1. Esta candidatura é a prova de que a experiência consolidada é preferível à novidade frívola

  2. Pombal não promete o que não pode cumprir, mas cumpre tudo aquilo de promete

  3. Perante a insegurança, a lavagem de capitais, os casos BPP, BPN e "Freeport", Pombal promete que a mão dura do Estado vai fazer erguer novos patíbulos como o de Belém

  4. Pombal gosta tanto de José Sócrates e Manuela Ferreira Leite como dos Távoras

  5. Pombal vai depor António Costa porque acredita que ninguém poderá fazer um tão bom trabalho na capital como ele próprio

  6. Com Pombal vamos poupar milhares de milhões de euros porque não é preciso Parlamentos, Procurador Geral, DCIAP, Direcções Gerais - "O Estado sou Eu"

  7. Cavaco Silva poderá continuar em Belém desde que não faça muitas ondas

  8. Pombal espera poder contar com Jorge Nuno Pinto da Costa para seu Ministro dos Negócios Estrangeiros

Brevemente, prosseguiremos com o nosso programa político


Viva Portugal, Viva Pombal

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Próximo Inquérito II

Viva Afonso Henriques !!



Nada melhor que começar pela homenagem ao criador do nosso maldito reino, e aquele que tem a inegável coragem para restaurar o nosso pais à sua grande gloria. Provas desta coragem? Por nós, e pelo seu pais, ele não se limitou a bater nos mouros.... Até a sua própria mãe levou das boas !!

Quem alguém melhor para nós livrar desta corja ? Não há ninguém com coragem e visão estratégica para tal, para além do fundador do nosso pais !!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

As idiossincrasias da vermelhice


Declarações de Quique Flores após o "clássico" de ontem:


1 - "Há muitos pontos em disputa. Tínhamos um calendário difícil em Fevereiro, agora vamos fazer o balanço do mês. O FC Porto tem de entrar no calendário que deixamos. Não posso é prever em que jogos pode falhar o FC Porto ou nós não podemos falhar"


A velha táctica benfiquista já está superiormente implantada no novíssimo técnico "encarnado". Esperar por um deslize do FC Porto. pensar como poderá - perante o espinhoso calendário - o FC Porto perder pontos e desculpar-se com um "calendário difícil".


A outra saloice artolas de Quique Flores é a "previsão do erro" do seu adversário ... É a chamada astrologia desportiva pela negativa: não se pensa quando eu vou ganhar e vencer os meus jogos, recorre-se àquela instituição bem portuguesa que é o esperar um milagre, uma intervenção divina, uma ajuda dos céus ...


2 - "Foi uma surpresa desagradável. Esperávamos um jogo diferente, mas sabíamos que o Sporting é uma equipa muito forte nos minutos iniciais e, mesmo assim, entrámos pouco concentrados nas duas partes. Tínhamos de cuidar dos pequenos detalhes e não nos desunirmos, mas não foi isso que fizemos"


Mas afinal não estava o treinador espanhol e dar um pontapé no passado recente do Benfica e a construír um colectivo forte?


E agora, vejamos o "difícil calendário" que o Benfica teve em Fevereiro e os resultados até agora obtidos:

SLB 1 - 0 Rio Ave; FC Porto 1-1 Benfica; Benfica 3-2 Paços; SCP 3-2 Benfica


2 vitórias tanjenciais, um empate e uma derrota. Mas julgo que é sinal de consistência e solidez, CLARO!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Próximo Inquérito


Informo em primeira mão que, findo o prazo deste inquérito sobre a situação de Portugal, vamos proceder a uma votação ligeiramente diferente, mas complementar desta:



"Em quem vai recaír o seu voto nas próximas eleições legislativas?"

D. Afonso Henriques

D. Sebastião

Marquês de Pombal

Para consultar os respectivos programas eleitorais aconselho que façam clique no nome do vosso candidato favorito. Vamos começar a pré-campanha hoje mesmo.



Entretanto, informo que fui contactado pelo Marquês de Pombal para ser seu mandatário. Eu aceitei com a condição de vermos repetido um novo massacre dos Távoras - desta feita com alguns políticos seleccionados "a dedo" e, também, uma reconstrução grandiosa - não de Lisboa - mas da Feira Popular do Porto, que o Marquês me prometeu.

Reparem ... Não quero com isto fazer campanha por ele ... Vejam se me entendem ...

Entretanto sei que os bloggers Adriano Pinho e Miguel Santos Silva também estão a ser contactados para representar os outros 2 candidatos.

Julgo que vai ser uma disputa eleitoral renhida. Vote em consciência

Um abraço amigo

P.S - A hipótese de Salazar foi descartada porque ainda podiam pensar que era aquele D. Juan da séria da Felícia Cabrita na SIC e isso era ... vá ... um bocadinho chato

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Portugal visto por D. Egas Moniz


É com o maior prazer que reproduzo um mail que tem circulado pela net, há pelo menos 1 ano, que considero um verdadeiro documento histórico de actualidade!

Tem muita piada ... Trata-se de uma possível carta de D. Egas Moniz a D. Afonso Henriques. Vale a pena ler:

Meu querido Afonso,

Ou Afonsinho como eu te chamava no tempo em que te educava junto às margens do rio Douro, quando foi do milagre. Eras tão pequenino e enfezadinho.
Afonsinho, em que estavas a pensar quando mais tarde te zangaste com o teu Tio e fundaste Portugal? Olha só no que deu essa tua travessura:
  • No exame final de 12º ano és apanhado a copiar chumbas o ano. O primeiro-ministro fez o exame de inglês técnico em casa, mandou por fax e é engenheiro.


  • Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode pôr um piercing (um prego nas trombas mas em inglês diz-se assim)


  • Um jovem de 18 anos recebe 200 € do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma 236 € depois de toda uma vida de trabalho


  • Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco


  • O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro


  • Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2.000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias


  • Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é das causas sociais


  • O café da esquina fechou porque não tinha WC para homens, mulheres e empregados. No Fórum Montijo o WC da Pizza Hut fica a 100mts e não tem local para lavar as mãos


  • O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao petróleo e depois multa quem coloca óleo vegetal nos carros porque não paga ISP (Imposto sobre produtos petrolíferos)


  • Nas prisões são distribuídas gratuitamente seringas por causa do HIV, mas é proibido consumir droga nas prisões!


  • Um jovem de 14 anos mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal. Um jovem de 15 leva uma chapada do pai, por ter roubado dinheiro para droga, é violência doméstica!


  • A uma família a quem a casa ruiu e não tem dinheiro para comprar outra, o estado não tem dinheiro para fazer uma nova, tem de viver conforme pode. 6 presos que mataram e violaram idosos vivem numa sela de 4 e sem WC privado, não estão a viver condignamente e aí a associação de direitos humanos faz queixa ao tribunal europeu.


  • Aos militares que combateram em África a mando do governo da época na defesa do território nacional não lhes é reconhecido nenhuma causa nem direito de guerra, mas o primeiro-ministro elogia as tropas que estão em defesa das Pátrias DO KOSOVO, AFEGANISTÃO E IRAQUE, não da Pátria que fundaste


  • Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em Agosto do ano que vem. Não pagas às finanças a tempo e horas, passado um dia, já estás a pagar juros


  • Fechas a janela da tua varanda e estás a fazer uma obra ilegal; constrói-se um bairro de lata e ninguém vê


  • Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos o pões a trabalhar contigo num ofício respeitável, é exploração de trabalho infantil, se és artista e o teu filho com 7 anos participa em gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais, a criança tem muito talento, sai ao pai ou à mãe! Numa farmácia pagas 0.50€ por uma seringa que se usa para dar um medicamento a uma criança. Se fosses drogado, não pagavas nada!

Afonsinho, de novo te pergunto e por favor responde-me, em que estavas a pensar quando fundaste Portugal? Carago, à moda do Porto), foi uma diarreia mental que tiveste, confessa lá que foi. Agora todos estão desiludidos. Já te falarei um dia na corrupção. O Gonçalo Mendes da Maia que tu tanto criticavas por querer tudo, era um ingénuo, não era nada ao lado desta gangada, nossos descendentes. Se vires a senhora tua Mãe, dá-lhe recados.

Um beijo do teu servidor sempre fiel,

Egas Moniz

Grandes Portugueses IV - D. Nuno Álvares Pereira


A escolha de hoje resulta do facto de ter ouvido nas notícias que o Beato Nuno de Santa Maria - o nosso famoso D. Nuno Álvares Pereira - será muito brevemente elevado à condição de Santo pela Igreja Católica.

Foi reconhecida uma cura que, em 1918, se deveu à invocação do "Santo" Condestável.
Mas vale a pena conhecer um pouco melhor a sua vida:

Nuno era filho do Grão-Mestre da Ordem Militar do Hospital, D. Álvaro Gonçalves Pereira e da sua esposa Iria Gonçalves. Nasceu, muito provavelmente no Mosteiro da Flor da Rosa, no Crato (Sede da Ordem do Hospital) ou em Cernache do Bonjardim, na Sertã, no ano de 1360.

O grande momento da sua vida chegou aos 23 anos quando, após a morte do Rei D. Fernando, o reino se dividiu em dois partidos distintos relativamente à sucessão: de um lado, a filha do rei defunto - Dona Beatriz; do outro, o Mestre da Ordem de Avis e filho ilegítimo de D. Pedro I - D. João (claro que havia também os filhos de Inês de Castro, mas estes eram os partidos principais).

Nun'Álvares abraça a causa da defesa do Mestre de Avis, já que estava pouco disposto a deixar o Reino caír nas mãos de João I de Castela, marido de Dona Beatriz. Para isso, foi necessário dar consequência aos vastos conhecimentos militares que adquiriu junto dos seus familiares e dos restantes membros da Ordem do Hospital.


O génio militar de Nun'Álvares garantiu-nos vitórias em diversas batalhas, durante esta crise sucessória de 1383-85:
- primeiro a Batalha dos Atoleiros (no Alentejo), em 6 de Abril de 1384, na qual Nuno foi feito "Condestável do Reino de Portugal", um título que coresspondia a Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e pelo qual ficou conhecido toda a vida

- depois a famosa Batalha de Aljubarrota, imortalizada na iluminura de Jean de Wavrin, em que Portugal conseguiu vencer uma força militar mais de três vezes superior (segundo João Gouveia Monteiro, Portugal dispunha de cerca de 6.500 homens e Castela de 31.000). Nesta batalha, segundo a interpretação de Fernão Lopes, foi usada a famosa "Táctica do Quadrado", em que o Exército Português, que conhecia bem o terreno, abriu o flanco à entrada dos espanhóis na sua formação, levando a que estes - na sua maioria cavaleiros - caíssem nas famosas "covas do lobo" cavadas pelas forças nacionais.

D. João I deve o seu trono, em grande parte, a este génio militar de Nun'Álvares. Após a vitória, o Condestável recebeu nomerosos títulos e senhorios, como agradecimento do seu papel na luta pela independência: Conde de Arraiolos, Conde de Barcelos e Conde de Ourém. Sendo um dos mais importantes senhores de terras em Portugal, Nuno Álvares decide transmitir à sua filha única Beatriz Pereira de Alvim todo o seu património.

Curioso será que esta sua filha se case com um filho natural do Rei, D. João I, com Dona Inês Pires, o Infante D. Afonso. Este casamento vai formar a mais importante casa aristocrática da História Portuguesa: a Casa de Bragança. Com vastos senhorios desde o Norte ao Sul de Portugal, o Ducado de Bragança vai constituír um "Estado dentro do Estado".
Depois da morte da sua esposa, Leonor de Alvim, em 1433, Nuno Álvares decide dedicar-se à vida religiosa, fundando o Convento do carmo, em Lisboa (hoje em ruínas depois do Terramoto de 1755).
Mas nem por isso deixa de ser um homem poderoso e respeitado pelos seus inimigos. Conta-se que D. João I de Castela o terá procurado no Convento e que o terá sondado sobre um eventual apoio a uma nova invasão castelhana. Indignado com a ultrajante insinuação de João de Castela, Nun'Álvares levantou o seu hábito e mostrou ao Rei de Castela uma imensa cota de malha e a armadura que lhe dera anos de glória ...


O seu epitáfio resume a sua vida: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo".

O grande Condestável faleceu, no Convento do Carmo, em 1431.
Deverá ser Santo até ao final do ano de 2009 (ver aqui).
PARA SABER MAIS:

- MONTEIRO, João Gouveia - Aljubarrota: a batalha real. Lisboa: Tribuna da História, 2003.
- RUAS, Henrique Barrilaro - A vida do Santo Condestável Dom Nuno Álvares Pereira. Coimbra: Tenacitas, 2008.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Grandes Portugueses III - D. Afonso de Albuquerque


Afonso de Albuquerque nasceu na vila de Alhandra, em 1462. A sua família tinha origens nobres (a mãe, Dona Leonor de Meneses, era filha do Conde da Atouguia) e estava ligada ao serviço da Casa Real.
Afonso foi educado na corte do "Africano". A sua ligação à arte da guerra começou em 1480, quando (com 18 anos, na flor da idade) parte numa expedição para ajudar o Rei Fernando III de Nápoles a reprimir as investidas turcas.

A sua ligação ao Príncipe D. João (futuro D. João II) é outro dado importante da sua biografia: foi estribeiro-mor (ajudante de estribos) do Príncipe, em 1476, na altura das guerras com Castela, travadas por causa do apoio português à princesa Dona Joana (a chamada "Beltraneja") contra Isabel, "a Católica".

Participa igualmente nas expedições a Arzila e Larache (1489), sendo nomeado membro da guarda pessoal do monarca no ano seguinte. Em 1503, Afonso de Albuquerque desloca-se, pela primeira vez, à Índia para participar na construção do Forte de Cochim, na companhia do primo, D. Francisco de Albuquerque.

Mas a sua vida seria marcada, mais que tudo, pela conquista e pela estratégia militar. Em 1506, regressa à Índia (depois de ter sido bem recebido por D. Manuel I, no Paço da Ribeira) onde vai conquistar vários portos aos Omanitas, tendo chegado até ao importante entreposto insular de Ormuz.


Em 1509 é nomeado, por D. Manuel I, "Vice-Rei da Índia" (cargo que conservou até 1515, data da sua morte).

Em 1510, conquista a cidade de Goa, uma das suas grandes façanhas militares, fazendo com que a cidade se tornasse capital do Império Português na Índia e fosse considerada por muitos "a Roma do Oriente". No ano seguinte conquista Malaca e abre caminho ao controlo português da rota das especiarias orientais, anteriormente controlada por venezianos e turcos.

Já no ano de 1513, Albuquerque tenta tomar a estratégica cidade de Aden, importante centro de comércio, sem sucesso. Em 1515 superintende a construção da fortaleza de Ormuz, concluíndo a sua táctica de controlo de pontos estratégicos com vista à conservação do monopólio comercial das especiarias.

A fase final da sua vida é dedicada a intensos contactos diplomáticos com vista à obtenção da paz com o Samorim de Calecute, à consumação de casamento mistos entre cidadãos portugueses e indianos, bem como ao engrandecimento da cidade de Goa.

Afonso de Albuquerque, ao contrário do seu antecessor como Vice-Rei, D. Francisco de Almeida, considerava que o domínio português no Oriente não se podia resumir ao controlo da costa: era necessário penetrar no interior e fazer conquista de cidades com grande valor militar e estratégico que garantissem a estabilidade e segurança do Império. Infelizmente, esta estratégia foi abandonada após a morte de Albuquerque.

Um grande estratega, um homem que teve visão de futuro e que teve também a coragem de afrontar o monarca quando foi preciso impor uma visão realista da nossa presença na Índia.

PARA SABER MAIS:

Bouchon, Geneviéve - Afonso de Albuquerque: o Leão dos Mares da Ásia. Lisboa: Quetzal editores, 2000.

Última Hora


Estão, neste momento disponíveis, num pasquim socratino perto de si, as seguintes novidades (Tcha nam!):
  • O Sr. Pinto de Sousa já é outra vez engenheiro


  • O caso Freeport é uma "cabala" que visa desacreditar um governo corajoso e reformista


  • O Cartaz da JSD é "vergonhoso" e "insultuoso" (mas claro, em 2004 Durão Barroso podia ser o "carrasco das Lajes" e Paulo Portas um beato mariano)


  • A crise (que nunca iria bater à nossa porta) "ainda está no seu início" (T. dos Santos)


  • A Regionalização e o Casamento Homossexual (que não eram prioridade) regressam numa altura em que a crise vai atingir o seu auge


  • Sócrates dá uma lição de democracia ao visitar 5 distritos (talvez os de maioria autárquica PS, my guess: fora a Guarda, claro! Não vá caír alguma das casas que está torta) na sua "plebiscitação" como líder do PS (tem que se poupar, porque a vida está cara)


  • Cândida Almeida, Procuradora-Geral Adjunta e Directora do DCIAP, foi mandatária de Soares, nas eleições de 2006 (mas, claro, o poder judicial dá um exemplo de transparência e de imparcialidade - "a justiça é cega!" - Sim, é: do olho esquerdo! Mas vê bem do direito ...)


Mas, afinal, qual é o problema? Em Portugal, tudo está tudo "na paz do Senhor"

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A Queda de um Anjo


Notícia de ontem: o treinador Luiz Felipe Scolari - para os amigos, em 3 variantes: "Felipão", "Sargentão" ou, mais recentemente, "Big Phil" - deu uma prova de longevidade ao serviço do Chelsea ao conseguir passar a barreira psicológica do Natal enquanto técnico do emblema londrino (no Sporting costuma sera a meta principal dos treinadores).
Vale a pena olha para o currículo de Scolari enquanto treinador e os títulos que venceu nos grandes palcos internacionais:

"No início da sua carreira como treinador, conseguiu alguma notoriedade à frente do Grêmio Esportivo Brasil, conseguindo o título de Campeão do Interior do Rio Grande do Sul e o segundo lugar no Campeonato Gaúcho. Após passar pelo Al Sabbab, na Arábia Saudita, Scolari treinou o Criciúma, clube com o qual conquistou o seu primeiro título nacional, a Copa do Brasil de 1991.Em 1993, iniciou um percurso triunfante de quatro anos durante os quais alcançou Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Taça dos Libertadores, Recopa Sul Americana, Taça Mercosul à frente do plantel do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.Em 1997, foi convidado para treinar o Palmeiras e, durante a sua permanência neste clube, conquistou, novamente, tanto o título nacional como a Copa dos Libertadores da América. Após uma breve passagem pelo Cruzeiro, Luiz Felipe Soclari tornou-se o treinador da selecção brasileira em 2001, pegando no «escrete» numa fase difícil na qual até o apuramento para o Mundial da Coreia e do Japão parecia posto em causa. O seu carisma impôs-se e Luiz Filipe Scolari tornou o Brasil Penta Campeão Mundial, em 2002" (Fonte)
Para além destes títulos ganhos no Brasil, Scolari venceu ainda, ao serviço do Al Qadisia a "Taça do Emirado" e a Taça Asiática enquanto Seleccionador do Kuwait.
Ou seja, Scolari é claramente melhor treinador no Brasil que no resto do mundo ... Será que os clubes brasileiros não precisam de treinador?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Vermelhices

Certo dia, convidaram-me a ir ver um jogo da Taça da Liga, á pala. Ora bem, quem sou eu para recusar ver um jogo á pala ? Certamente, que fui... Mal sabia o que me esperava:




VS






Pensei naturalmente: Bem, esperemos que o vitória ganhe, são uma equipa merecedora e tal e tal ... Mas como o trabalho aperta, lá fui eu, com meia hora de atraso para um jogo que não prometia nada. E de facto, pouco ou nada prometeu. Uma equipa que marca dois de três golos, espera-se que ganhe... Pensava eu. Mas o Guimarães deve ter-se lembrado que estava a jogar contra mecos e decidiu dar 1 mãozinha para os ajudar a ganhar. Fora isto, estive entretido a tentar ler a propaganda vermelha ( por exemplo, aparecia no placar "Experiências Gloriosas", e eu lia logo "Experiências Dolorosas"... ), a ver a mascote deles (a gaivota!!) a pavonear-se, e a pensar:

"Eh pah, porque raio é que me esqueci da caçadeira? Estava-me a apetecer guisado de Águia ...."

Fora isto, até que deu para dar 1s gargalhadas porque aquele jogo foi 1 comédia melodramática intensa, com alguns jogadores a fazerem de palhaços e a atirarem-se para o chão. Também gostei do pormenor das gentes do norte... Das poucas vezes que se ouviram ( estávamos rodeamos de mouros, infelizmente) foi para os calar categoricamente. Só ouvia atrás de mim:

"Mas que raio vem a ser isto?"

Mais uma confirmação de que as gentes do Norte são valorosas.



Depois de cascar nos benfiquistas, a parte seria. Claro que enquanto lá estive, não me limitei a ver o jogo. Estive a ver e a rever o estádio deles, e a compara-lo com um que, sinceramente é mais bonito, o estádio das Antas, ou estádio do Dragão. Comecemos pelo básico: a cobertura. É um facto de que a cobertura do estádio do SLB está mais acercada das bancadas superiores, conferindo uma maior protecção do frio e da chuva do que o nosso estádio. Também confere um carácter mais acolhedor, no entanto, verifiquei que a lotação deste estádio é de 65.200 lugares, ao invés do estádio do Dragão, com 52.000 lugares. O que significa que o nosso belíssimo estádio é como é por ter a capacidade de expansão, algo que o estádio deles já não possui. Também significa que provavelmente foram arranjar dinheiro para a manutenção dos lugares extra aos 3 milhões de impostos perdoados (também não me esqueço desta!). Agora a parte que eu achei mais triste... Aquele estádio parecia-me um estádio de basebol americano!! Gente a passear pelo meio das bancadas a vender comida, mal se entrava nas entradas, era também a zona das "barracaquinhas".... Parecia um estádio americano !! Mas afinal de contas, estamos na Europa ou na América ? E ainda se dizem grandes.... IMITADORES, só se for !! Até o estádio do Braga, aquela ex-pedreira, é bem mais bonito! Puxa !

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Mediocridade compensa


Um bom termómetro para sentir o modo como, em Portugal, compensa ser medíocre, mesquinho e banal:

O clube desportivo que mais títulos tem conquistado em Portugal e que, transportando o nome de Portugal (ainda que não o representando) além fronteiras, tem trazido projecção ao futebol português, é considerado por muitos um clube que faz uns favores aos árbitros, que "arranja fruta" e se envolve em esquemas mafiosos.

Pois é, meus caros amigos, ainda custa aceitar que no Norte do País e na sua capital natural, a cidade do Porto, possam surgir as figuras ou as instituições que podem fazer arrancar Portugal da sua condição periférica no seio da Europa. Enquanto o FC Porto vai obtendo mais vitórias (justas e sem ajudas de ninguém, antes pelo contrário), muitos dos rivais internos vão-se contentando com o facto de serem o clube com "mais adeptos" (ainda gostava que me dissessem como se contabiliza semelhante "carneirada" de gente), lançam TV's para darem jogos de há 20 anos atrás ou 30 (os últimos tempos de glória), lançam kits, revistas, fazem manobras publicitárias e resultados? 1 taça de portugal, 1 campeonato e outras migalhas deixadas em anos menos bons do FC Porto ... A triste verdade é esta: o Benfica não procura ganhar - procura que o FC Porto perca! Talvez pelo facto da maioria dos portugueses serem benfiquistas se explique por que razão Portugal está tão mal ...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Anda tudo doido

Sinais dos tempos que me fazem pensar que "anda tudo doido" ...



1 - Os pais pensam que uma boa carreira para os filhos é serem futebolistas (apenas 2% dos jogadores mundiais ganham salários de vários dígitos) e focalizam toda a sua atenção nisto

2 - Os pais acham que os filhos devem ir para uma sala de aula para desrespeitar o professor e fazer o possível para o seu filho se "safar" (mas não trabalhar)

3 - O 1º Ministro de um país democrático tem uma licenciatura fabricada (com notas cujas pautas foram assinadas a um domingo) e sabe-se lá mais que esquemas duvidosos

4 - A Crise estava escrita nas estrelas mas, antes do Natal, Portugal estava imune

5 - As Novas Oportunidades eram para fazer o país "andar para a frente" e estão a certificar a cretinice e a mediocridade

6 - O país nunca esteve tão no fundo desde o desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir

7 - A Espanha já não nos quer

8 - O príncipe da Beira ainda é muito jovem ... a Restauração da Monarquia não será para breve ...

Mas afinal por que nos devemos admirar? Estamos em Portugal

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"O Contrato" com a qualidade


Tive ontem oportunidade de assistir, numa sala de cinema perto de minha casa, à exibição do filme português "O Contrato", realizado por Nicolau Breyner e livremente inspirado na fabulosa obra de Dinis Machado (com o pseudónimo de Dennis McShade) - "Requiem para D. Quixote".
Nicolau Breyner, um experientíssimo (e grande) actor português, aventura-se - pela primeira vez - na realização cinematográfica, fazendo uma adaptação livre da obra de Dinis Machado (na foto). Foi um grande desafio para o sábio Breyner, que conta já uma longa carreira na produção de séries de ficção nacional e, sobretudo, na direcção de actores em televisão e em teatro. Foi uma "verdadeira aventura", segundo o próprio confessou nas várias entrevistas que concedeu à comunicação social.


Acho que o filme reúne actores fabulosos: desde logo Nicolau, como já se disse, mas também José Raposo (que está cada vez melhor actor), José Wallenstein (que faz um belíssimo papel de "travesti" poético e até filosófico), Vítor Norte (que desempenha muito bem papéis da "pesada", mas que, conforme o tempo passa, aperfeiçoa a sua técnica e as suas personagens), Adelaide João (uma grandíssima actriz que faz um dificílimo papel de idosa internada num lar, completamente alienada do mundo e presa ao seu próprio passado), Sofia Aparício (que desempenha o papel de mulher fatal e, ao mesmo tempo, oportunista e interesseira), Cláudia Vieira (uma das mulheres mais belas que conheci, no meio artístico português, que preconiza uma enfermeira/mulher do "sub-mundo" do crime, com notável qualidade e que nos dá pormenores da sua rara beleza e da sua sensualidade) e, claro, Pedro Lima (um actor que não esperava se tornasse numa espécie de James Bond "à portuguesa" - mas tornou e bem! -mas que encarna um papel de um assassino profissional que vai revelando pormenores do seu passado, mas demonstra grandes fragilidades emocionais ...).


Recomendo a todas e todos os meus amigos leitores deste blog uma ida à sala de cinema para ver este fantástico filme que reúne os seguintes condimentos: um texto excelente, um enredo muito bem construído, grandes actores e uma dinâmica de acção electrizante. Não sendo perito em cinema (se é que o sou em alguma coisa), os pormenores técnicos escapam-me. Mas creio que vale a pena ler a crónica do grande Lauro António sobre o filme aqui.


Por último, uma nota de reflexão: por que é que continuamos a não dar valor às excelentes produções que fazemos por cá (ainda por cima com baixos custos, segundo li aqui) e vamos, insistentemente, às salas de cinema para consumir porcarias que, só por serem pagas por estúdios de Hollywood, ou de Londres, ou de Paris já são "notáveis obras de arte". Valha-nos Deus ...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Adopção por Casais Homossexuais

Antes de mais, quero pedir desculpa. Sim, não estão a ler mal... Quero mesmo pedir desculpa. Este assunto provavelmente irá ofender alguns e enervar outros, no entanto, a questão é essencial:

"Deve ser permitida a custódia de uma criança a um casal homossexual?"

O primeiro pensamento que terão será... Casal Homossexual ? Num pais tão tradicional como o nosso ? Eu, sinceramente, não me oponho. O que eles querem fazer, é problema deles... Como alguém que eu conheço diria: "Tanto melhor, mais oferta para nós!! Eheh :)". Por isso essa questão fica imediatamente saldada.

O problema aqui reside na próxima "luta" deles. Como é óbvio, esta consistirá na adopção. Eu não concordo com isto. Porquê? Simples... Nós, que crescemos segundo os valores tradicionalistas, habituamo-nos a ver casais normais, constituídos por um homem e uma mulher. Não é de desprezar a confusão inerente a uma criança quando verifica que afinal de contas, também existem casais de homens e de mulheres. Agora imaginemos o oposto, uma criança que cresceu como filha de um casal de homossexuais e verifica que existem outro tipo de casais. Como devem imaginar, a propensão destas crianças será mais virada para a homossexualidade como algo normal, do que propriamente para a heterogenia. Faz-me lembrar um pouco das minhas discussões acerca da cultura islâmica: a razao de ser de todo aquele desaire assenta na educação dada ás crianças....
Isto fora o mais obvio, que salta á vista de todos: será que um casal de homens pode dar a ajuda ou experiencia devia a uma menina, ou um casal de mulheres pode ajudar um menino ? A experiencia de ambas as partes num casal é o que o importa, e em ambos os casos, esta experiencia não existe. Como é que um casal de homens pode ajudar uma menina a passar por algo como a primeira menstruação se nunca passaram por tal? Pois... Quem diz isto, diz também a primeira briga de escola... As mulheres, na sua sabedoria idiotica, dirão "nada de porrada!", quando na realidade, nada fala melhor que um belo punho. Mas esta é apenas uma das vertentes. A segunda, seria um casal de homens a educar um menino, e o mesmo para uma menina ser educada por um casal de mulheres. Ora bem, custa-me a pensar a segunda (por motivos obvios) no entanto imagino a primeira. A educação seria dura e dificil, para dizer pouco, e isto abranguendo a socidade, o despreso das outras pessoas e outros motivos que tais. Por outro, não quero imaginar as implicações que crescer num mundo puramente masculino teria.
Após tudo isto, a questão final.... As crianças que estão actualmente em lista de adopção. Todos nós sabemos o quanto demoroso, burocratico e idiótico o processo actual é, em parte devido ao subsidio que os "albergues" recebem por cada criança (enquanto poupam ao máximo com elas), mas também devido ao próprio processo de adopcção (o qual não deve ser facil para ambas as partes). A minha ultima questão é: Será que a criança teria um destino melhor com estes casais, do que nestas "albergarias" ?

Grandes Portugueses II - D. João Peculiar


Caros amigos, trago-vos hoje uma figura que desenvolveu um papel crucial no processo do nosso reconhecimento enquanto nação independente junto da Santa Sé: D. João Peculiar, um dos mais próximos e mais sábios conselheiros de D. Afonso Henriques.

Nascido, provavelmente, na cidade de Coimbra, terá desenvolvido os seus estudos nesta cidade, tendo depois partido para Paris, onde poderá ter feito estudos superiores em Teologia.

A sua vida religiosa tem início no clero regular, tendo sido o responsável, entre outros, pela fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (1132) e, provavelmente, de São Cristóvão de Lafões (1123 - carta de Couto em 1137, com intervenção de Peculiar), ambos da observância de Santo Agostinho. Em 1133, introduz a Regra de Santo Agostinho no Mosteiro de São Salvador de Grijó.

Em 1136, é eleito Bispo do Porto. Note-se que sucedeu a D. Hugo, o famoso bispo que deu foral à cidade cujo senhorio recebeu de Dona Teresa. D. Hugo era um homem próximo de D. Diego Gelmírez (na foto), o poderoso arcebispo de Santiago de Compostela, que desejava ofuscar a influência de Braga como grande metrópole peninsular.




Digamos que o Bispado do Porto foi um estágio para o "grande salto" que se seguiria: a eleição como Arcebispo "Primaz" de Braga, em 1138 (cargo que ocupa até 1175). Neste momento, D. João Peculiar é um dos mais próximos conselheiros de Afonso Henriques e o grande cérebro da Cúria Régia - o grande responsável pela política de doações terras e concessões de cartas de Couto a numerosos mosteiros.

João Peculiar é também um notável estratega político: é graças a ele que se organiza - em articulação com Gelmírez e D. Afonso VII - a Conferência de Zamora, que resulta na assinatura do Tratado que reconhece a nossa independência e, sobretudo, a longa negociação com o Papado, entre 1143 e 1179, para a obtenção do estatuto régio de Afonso Henriques (que até aí era, pelo Papa, considerado apenas como "dux").

Para lograr este objectivo, João viaja 14 vezes a Roma (as viagens eram, na altura, penosas e demasiadamente longas, era preciso "estômago) para tentar convencer o Papa Inocêncio II a garantir a protecção do jovem Estado Português. Infelizmente, morreria 4 anos antes desta meta ter sido garantida através da Bula "Manifestis Probatum", de 1179 (Papa Alexandre III).

José Mattoso define a "cooperação estratégica" entre Afonso Henrique e Peculiar do seguinte modo: "na verdade, podemos dizer, para terminar, que a conjugação das acções de Afonso Henriques com as de D. João Peculiar parece ser o mais evidente factor de coerência da política portuguesa no período inicial da sua história" (cf. Biografia de Afonso Henriques, publicada em 2006, pelo Círculo de Leitores, p. 135).

Se D. Afonso Henriques foi um grande génio militar, D. João Peculiar foi o génio político por trás de um reinado mítico.

Para saber mais: MATTOSO, José - D. Afonso Henriques. Rio de Mouro: Círculo de Leitores, 2006, pp. 130-135.