Uma excelente (para mim a melhor) música dos Delfins, que recorda as dificuldades e os horrores físicos e psicológicos da Guerra Colonial.
Algumas frases marcantes da (excelente) letra:
"um soldado perdido em terras do ultramar ... por obrigação ... aquela missão"
"combater na selva sem saber porquê e sentir o inferno de matar alguém"
"e quem regressou guarda a sensação que lutou numa guerra sem razão"
"sempre a palavra ... a palalvra nação ... que os chefes trazem e usam ... para esconder a razão"
"perguntou ao céu: será sempre assim? ... poderá ter o inverno nunca ter um fim? ... não sei responder ... só talvez lembrar ... o que alguém que voltou a veio contar"
Um excelente documento (até do ponto de vista pedagógico) para incentivar as novas (e não só!) a geração a olharem para a guerra como ela merece ser olhada: uma inutilidade.
E viva os Delfins!
Ainda me recordo de quando analisamoas esta música na FLUP! Já lá vão três anos desde que acabei o meu tão amado curso, e sinceramente, algo ficou, quanto mais não seja a lembrança, ainda que ténue.
ResponderEliminarA Guerra Colonial foi algo que nos marcou, que marcou a minha família, e penso que não devemos estar indeferentes. Embora culpe a administração da época por excesso de zelo e falso moralismo, encoberto pela garantia de que aqueles territórios continuariam a ser nossos; mas que não o foram. Talvez daqui a uns anos, sejam essas colónias por quem tantos suaram e derramaram sangue e lágrimas, potências à escala global, como se quer vir a tornar o país do Mao... E já faltou mais!
Caro Hugo, boa tarde
ResponderEliminarÉ verdade ... bons velhos tempos!
Sim, esta música retrata de facto toda uma época carregada de vivências contraditórias. O Ultramar era Portugal, mas provavelmente os povos já ansiavam pela sua autodeterminação sem estarem à espera do centralismo lisboeta (como eu os compreendo)...
Contudo, não nos podemos esquecer que a nossa colonização (não será antes: abandono!) foi vergonhosa e não nos dexará bem na fotografia.
A China está a apostar num modelo de desenvolvimento que, mais cedo ou mais tarde, vai acabar por fazer o país implodir. Os contrastes sociais são assustadores