terça-feira, 31 de março de 2009

Melomanias - Ao longe o mar, dos Madredeus


Possivelmente, uma das mais belas músicas dos Madredeus e uma das mais belas do universo lusófono - ouvir aqui

Uma música vibrante, que transmite a paz que apenas o horizonte imenso nos faz sentir


E porque sabe sempre bem recordar ...


Já lá vão 4 anos ... Fabulosa imagem (mais uma) do blog "we have kaos in the garden"
Uma imagem que, além do mais, homenageia o génio artístico de João Abel Manta

domingo, 29 de março de 2009

Playboy Portugal


É oficial: Portugal já tem Revista Playboy com edição PORTUGUESA.
A primeira figura de capa é a ex-cantora/figura de "reality-shows" e actual modelo Mónica Sofia.


A não perder nas bancas. Vejam o poster de Rute Penedo nas páginas centrais (ver foto em baixo)


Viva Portugal! Viva o Erotismo! Viva a Beleza da Mulher Portuguesa!


sábado, 28 de março de 2009

A fraca comemoração faz fraca a forte gente



A propósito do Centenário da República Portuguesa temos assistido, paulatinamente, à montagem de um circo comemorativo (julgo que sem precedentes numa cerimónia de pendor histórico, em Portugal) que apenas se explique pelo fetiche "republicanista" de uma certa ala socialista de forte pendor jacobino ...

Não consigo compreender como é que é possível comemorar (faustosamente, ao estilo "monárquico" que tantos dizem criticar!) um regime político que só nos trouxe desgraças:
  • Desde logo, a 1ª República: o período de menor desenvolvimento para o país e de recessão global da nossa economia (segundo o Prof. Medina Carreira na entrevista a Mário Crespo)
  • O Estado Novo (para quem diz que República = Democracia, recordo-lhes apenas os 40 anos de Estado Novo)
  • O PREC e o Gonçalvismo
  • Os frágeis anos (80) em que mendigamos as migalhas do FMI

De todos estes 100 anos, apesar de tudo, os momentos melhores foram aqueles em que mais estivemos perto de uma liderança mais carismática e de homens SUPERIORES que tanta falta hoje nos fazem:

  • Sidónio Pais e o seu presidencialismo "monárquico"
  • A marcha sobre Lisboa do Marechal Gomes de Costa que foi essencial para "regenerar" o país com uma economia totalmente arrasada e uma situação social gravíssima
  • Com Salazar tivemos alguns grandes estadistas dos quais destaco, pela positiva: Craveiro Lopes, Adriano Moreira, Baltazar Rebelo de Sousa, Silva Cunha, Marcello Caetano (apesar da "primavera" que nunca deixou de ser inverno ...)- Na oposição temos que destacar (para além de Soares e Cunhal - que, estando nos antípodas da sua posição política, considero um homem de coragem) o General Norton de Matos, Vitorino de Magalhães Godinho, Gustavo Soromenho (Oposição "Socialista"), Carlos Brito, Henrique Barrilaro Ruas e Gonçalo Ribeiro Telles (Oposição Monárquica)
  • Com o triunfo da Revolução de Abril julgo que nos cumpre destacar a excepcional figura, bem portuguesa, de José Baptista Pinheiro de Azevedo e homens da craveira de Spínola, Melo Antunes, Palma Carlos, Sá Carneiro, Mota Pinto, Salgado Zenha
  • Dos 80 para cá, julgo que há 1 figura que é "incontornável": Cavaco Silva

E não vejo muito melhores frutos da República


P.S: O Centenário do Regicídio foi o ano passado. Como se sabe, um Chefe de Estado caiu valorosamente às mãos de 2 brutais e ignorantes assassinos. Não vi ser tanto dinheiro dispendido, tanta preocupação institucional e tanto "burburinho", à excepção de alguns comentários bem infelizes de um deputado da Nação sobre as honras militares que o Sr. Presidente da República entendeu dar à cerimónia ...
Por que será ... ?


segunda-feira, 23 de março de 2009

Melomanias - Mad World, de Gary Jules

Uma música sublimemente fantástica, para ouvir e ver aqui

Verdade Desportiva 0 - 1 Benfica


A magnífica arbitragem de Lucílio Baptista do passado sábado, em que estava em causa - nada mais, nada menos - que um troféu que deveria merecer algum respeito (e cuja "juventude" deveria ser protegida, sob pena de ser ferido de descrédito) vem juntar-se a um rol de outros "fretes" a que este senhor já nos habituou ...

Só me admiro que haja tantos defensores da "verdade desportiva" que não vêm pedir que se façam escutas, se cruzem dados e se façam inquirições a responsáveis directivos do clube beneficiado e que dá pelo nome de Benfica ...

Mas logo me ocorreu que deve haver, neste regime desportivo, "vacas sagradas" que são intocáveis e que, portanto, não se podem sujeitar ao mesmo tipo de regras que o "comum dos mortais". Não vejo Vieira a reverberar pela verdade desportiva ... E não vejo o seu principal arauto televisivo - o grande catedrático do "comentarismo" Rui Santos - a secundá-lo nesta hora de sofrimento e de "vexame" para a nação encarnada ...

A verdade desportiva disto tudo é uma só: se o clube beneficiado (que nunca o seria nesta ordem: a ponto de lhe ser "oferecida" uma taça, bem entendido!) desse pelo nome de FC Porto, o árbitro tinha sido "frutado", tinha tido uma oferta choruda e estava tudo minado e coisa e tal ...

E termino esta crónica com uma reflexão: o que se passou no Algarve foi o "triunfo dos porcos"

sábado, 21 de março de 2009

Inquisições de ontem e Inquisições de hoje


No princípio, diz a Bíblia era o verbo ...

A Inquisição foi um tribunal criado pelo Papa Gregório IX (pontificado: 1227-1241), no século XIII, com o objectivo de orientar espiritualmente as "ovelhas tresmalhadas" do rebanho da Igreja. Pela palavra, pelo conselho, pela "direcção" do espírito ... A direcção deste tribunal - também conhecido por "Santo Ofício" - foi entregue à Ordem Dominicana (ou Ordem dos Pregadores).

Um dos rostos mais sinistros da Inquisição medieval foi retratado pelo sublime escritor Umberto Eco, no seu "Nome da Rosa", quando apresentou a figura de Bernardo Gui, inquisidor de Toulouse.

Em Portugal, a Inquisição instalou-se a pedido do nosso rei D. João III - note-se que o rei era um homem extremamente religioso - numa altura em que o papel da Inquisição foi um pouco desvirtuado (já não era, fundamentalmente, o de orientação espiritual, mas de punição das heresias e "desvios"), Portugal acabou por "desligar-se" um pouco da tradição de tolerância religiosa que vinha sendo construída desde o reinado de D. Afonso Henriques e seus sucessores.

Hoje em dia, há novas inquisições: as grandes autoridades que vêm falar em campanhas negras; que boicotam, sistematicamente, TUDO o que a oposição propõe (de bom e mau!); o afunilamento intelectual de quem diz que quem critica o CHEFE está a "surfar a onda" do descontentamento ...


Estas novas inquisições não nos tocam no corpo (com autos de fé ou castigos na carne), mas atacam-nos na nossa inteligência e fazem terrorismo psicológico para que cheguemos a uma só conclusão: só SÓCRATES é que poderá salvar Portugal ...

A magia da escrita - Madalena Nogueira dos Santos



Caros Amigos

Venho por este meio dar-vos conta do aparecimento (não é de hoje, atenção ...) na nossa cena literária de uma jovem escritora maiata de grande qualidade e que tem, entre outras, as seguintes qualidades:

- Simplicidade
- Humildade
- Simpatia extrema

Madalena Nogueira dos Santos nasceu em Maio de 1987. É finalista do curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP).


Gosta imenso de História (também eu!) e isso sente-se nos seus livros: a influência mágica do imaginário medieval (com claras influências do universo "tolkiano") foi o mote para o lançamento das suas "Terras de Corza".

Este mundo fantástico já deu origem a três (melhor dois) excelentes livros: "O Décimo terceiro poder", "A Coroa de Sangue" e o terceiro que deve estar mesmo a chegar ...

Tive ontem oportunidade de conhecer melhor e conversar com a Madalena. Podem crer que é uma pessoa extremamente assessível, fantástica e com quem se pode ter uma conversa de qualidade, elevada e que nos faz saborear as palavras a cada instante ...


Este verão, os livros de Madalena Nogueira dos Santos vão "ultrapassar", na minha preferência, os habituais enredos policiais do grande Hercule Poirot e vão também "fintar" um ou outro livro que a minha mesinha de cabeceira tem, pacientemente, sustentado nos últimos tempos


Parabéns, Madalena e FORÇA!


sexta-feira, 20 de março de 2009

O Sucesso de 4 Anos - o "affaire" Eduarda Maio


Uma situação que mostra mais uma das inabilidades de quem nos governa:

O retrato da informação da Antena 1 - uma rádio que muito respeito e admiro - está inevitavelmente associado à substituição do jornalista José Guerreiro (que transitou para o horário da tarde) pela jornalista Eduarda Maio nas “manhãs” da Antena 1.

Eduarda Maio era a moderadora do programa “Opinião Pública” - cargo que estava a desempenhar bem - e, como que num passe de mágica, passa a Sub-Directora de Informação e a editora de informação nas “manhãs”. Isto, claro (até a escolha do calendário foi “naif” ou ostensivamente deliberada) depois de ter lançado a sua biografia “política” (diz ela) de José Sócrates que dá pelo sabujo título de “O Menino de Ouro do PS” … ver aqui

Recorde-se que esta biografia foi apresentada pelo inenarrável Dias Loureiro … aqui

A cultura popular resume esta situação em 2 provérbios lapidares:

Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele
À mulher de César não lhe basta ser séria, é preciso parecê-lo

O Provedor do Ouvinte, Adelino Gomes, disse num dos seus programas semanais ("Em nome do Ouvinte") que, ao escrever este livro, nunca estava em causa a competência e a seriedade de Eduarda Maio (aliás reconhecida), mas sim o facto de se tratar de um olhar jornalístico sobre uma personalidade política - ler aqui (p. 60-64).

A que é que isto vos cheira?

Sugestões Culturais I - Portugal: Poema Coral SInfónico


Lembramos no próximo fim de semana 200 anos sobre o trágico acidente da Ponte das Barcas.

Nesse sentido, a Câmara Municipal do Porto - em parceria com a Comissão Executiva das Comemorações dos 200 anos das Invasões Francesas da Área Metropolitana do Porto - leva a palco, no Coliseu do Porto, no próximo dia 28 de Março, Sábado, pelas 21.30h, uma obra composta propositadamente pelo Cónego Ferreira dos Santos - Reitor da Lapa - intitulada "Portugal: Poema Coral Sinfónico" que evoca este trágico acontecimento.

Sobre a história e contexto da peça musical (que conta com 2 orquestras e 500 coralistas e terá a narração de Júlio Couto), clicar aqui.

Sobre preços, lugares e outras informações quanto ao espectáculo, clicar aqui.
NOTA: Já agora, lembro que no dia seguinte a este espectáculo, poderão assistir, pelas 16h, na Sé Catedral do Porto, a um concerto evocativo da mesma tragédia da Ponte das Barcas, em que o Coral da Sé vai interpretar o já citado neste blog "Requiem", de João Domingos Bomtempo, com direcção musical do Maestro António Saiote.
Vale a pena não perder os 2 espectáculos!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Grandes Portugueses V - João Domingos Bomtempo


João Domingos Bomtempo é um dos nomes maiores da nossa música.

Nasceu em Lisboa em 1775 (2 anos antes da morte de D. José e da queda de Pombal) e, desde muito cedo, a sua vida liga-se, umbilicalmente, ao mundo da música. O seu pai era oboísta na corte (de D. José I) e foi o seu primeiro mestre. João Domingos bebeu também muitos ensinamentos da influência musical italianizante que perdurava, em Portugal, desde o reinado de D. João V.

Bomtempo decide partir com 26 anos para Paris, onde procura enriquecer-se e aprender mais. É na cidade luz que encontra a figura tutelar de Filinto Elísio - um dos poetas mais marcantes da corrente neo-classicista. Bomtempo acaba por ver a sua obra (re)conhecida e publicados os seus primeiros trabalhos pelas casas musicais Leduc e Pleyel.

Com o agravar da situação em França, devido às Guerras Napoleónicas, Bomtempo procura refúgio em Londres (1810). Aqui será apoiado pelo embaixador português, D. Domingos de Sousa Coutinho e terá oportunidade de compor algumas das suas obras mais importantes:

- Hino Lusitano. Op. 10 (em homenagem à vitória luso-britânica na Guerra Peninsular)
- Primeira Grande Sinfonia. Op. 11
- Uma Sonata Fácil para Piano. Op. 13

Com a situação da Europa mais estabilizada depois do Congresso de Viena, Bomtempo regressa a Portugal (comemorando o seu regresso com a composição da cantata "A Paz da Europa", Op. 17). Entre 1816 e 1818, em função da situação política e social, a sua vida decorrer entre Lisboa e Paris.


Em 1817, por ordem de D. João VI, dirige as exéquias oficiais em torno da morte de Dona Maria I. Será em 1818 - talvez na sequência da morte da Rainha - que vai compor a sua obra prima: o "Requiem" (Op. 23), que dedicou à memória de Camões.

Após a morte de D. João, Bomtempo vê-se novamente forçado a deixar o país, tendo tido asilo político da Embaixada de Portugal na Rússia, enquanto durou a convulsão do Miguelismo.

Bomtempo regressará definitivamente a Portugal com o triunfo do regime constitucional, após 1834. Neste período, colaborará com Almeida Garrett na organização do Conservatório Nacional, sendo-lhe dada a responsabilidade directiva da Escola de Música. Foi também nomeado chefe da Orquestra da Corte e Professor de Piano.

Depois de todo este currículo e de termos oportunidade de ouvir o sublime e magnífico requiem que poderão escutar aqui (I parte - Kyrie; depois poderão procurar no "youtube", sucessivamente, as partes II, III, IV, V e VI)), não percebo comentários como este:

"A música de Bomtempo, apesar de revestida de inegável qualidade e de ter alargado o panorama musical português da época, não é vanguardista sendo mesmo menos moderna que a de Haydn e Mozart e muito menos do que a de Beethoven (seu contemporâneo e compositor de transição clássico-romântico)" (Fonte: Wikipedia).

Bomtempo pode não ser arrojado e vanguardista, mas tem uma capacidade inegável de composição e este requiem é muito bom. Termino com uma frase da mesma fonte que me parece inteiramente justa:

"Por último é importante referir que João Domingos Bomtempo foi sempre defensor dos valores portugueses e na sua obra assumem posição de relevo os valores da liberdade individual e da soberania da nação portuguesa" (Fonte: Wikipedia).

Ao grande Bomtempo, a minha homenagem: como grande músico e, também, como enorme português que sempre defendeu esta pátria periférica ... Portugal tem uma tendência visceral para esquecer os seus mais dilectos filhos


terça-feira, 17 de março de 2009

A verdade como um punho - o diagnóstico de Medina Carreira


Recebi um e-mail com algumas frases de declarações de Medina Carreira dadas em entrevistas como a da passada (não nesta, mas na semana passada) segunda-feira, a Mário Crespo (vale a pena ver e clicar este link), que não resisto a reproduzir neste espaço para que possamos reflectir sobre elas:

"Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... Isto é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!"

"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'ra gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco!"

"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado."
"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?"

"A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. "Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!"

"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo... Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é descentralizar a «bandalheira»."

"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista».... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir".

HENRIQUE MEDINA CARREIRA

segunda-feira, 16 de março de 2009

O Sucesso de 4 Anos - Uma Licenciatura Vigarizada


Neste vasto rol de sucessos que tem sido o actual governo - que fez o favor de melhorar significativamente a situação do nosso bem amado país - não poderia deixar de me referir ao incontornável caso da brilhante licenciatura do Senhor Primeiro Ministro!

Num país em que se pede exigência, rigor e AVALIAÇÃO, parece-me por demais evidente que o nosso PM é para todos um exemplo (e quem disser o contrário, ou está ébrio, ou não quer ver a luz da verdade que se apresenta perante nós!):

- notas publicadas ao Domingo

- equivalências dadas sem recurso a análise de programas

- provas de duvidoso valor pedagógico

enfim ...

Antes de se pedir aos portugueses um determinado comportamento, é preciso que o exemplo venha de cima!
Em qualquer país civilizado, um PM que se visse envolvido numa situação deste tipo e que não esclarecesse, de forma inequívoca, o seu percurso académico, seria, no mínimo, alvo de uma inquirição atenta ou daria, voluntariamente, esse esclarecimento. Sócrates pensa que esclareceu mas, como sempre, recorreu à sua habitual lábia que serve para enganar os papalvos, mas não quem conhece os meandros do mundo académico ... Até a imprensa do regime concorda que se trata de algo grave

O tratamento de "Meu Caro" a Luiz Arouca, ainda que formal, denuncia o quê?

Ai se se tratasse de Pinto da Costa, o que não seria ...

Mas não se esqueçam: estamos em Portugal ...


domingo, 15 de março de 2009

O Sucesso de 4 Anos - Os Erros do Magalhães


Para além de já sabermos que o Magalhães não é - nem nunca foi - o primeiro "portátil português" (já que é o famoso "Classmate" da Intel), acrescentamos ao novo "rol" das surpresas (só para quem não conhecer o "modus operandi" deste governo) o facto do software - que deveria servir para ensinar Língua Portuguesa às crianças - estar repleto de erros ortográficos e de imprecisões gramaticais.

Nada de surpreender, porém, quando já se percebeu que a maioria das coisas que nos dizem que vão ser feitas são, na realidade, fantasias e anúncios. Mas o principal problema deste caso Magalhães está na minha opinião, nos seguintes pontos:
  • No facto de se ter promovido, por via oficial (ou seja, do Ministério da Educação), um conjunto de aplicações pedagógicas sem o mínimo rigor científico, nem linguístico.

  • Na promoção internacional de um produto que se afirmou, à boca cheia, ser português e que foi apresentado, vergonhosamente, em cimeiras informais da UE e junto de grandes democratas, como Chávez

  • Para além disso, há ainda o aspecto plutocrático: a empresa JP Sá Couto encontrou na comercialização deste produto uma verdadeira (não galinha) mina de ouro!

Resumindo:

  • Os actuais responsáveis do Ministério da Educação são uns incompetentes

  • A vigarice é promovida internacionalmente e traz descrédito para Portugal

  • O novo acordo ortográfico parece já trazer o pano de fundo da mediocratização da língua

Partilho inteiramente da opinião expressa por Octávio Teixeira no programa da Antena 1 "Conselho Superior", na passada quinta-feira.

Mas tudo parece normal vindo de uma cáfila de incapazes e de um M.O que Manuela Ferreira Leite descreveu muito bem:

"estamos perante um longo intervalo publicitário"

Apetece-me mudar de canal!

quinta-feira, 12 de março de 2009

A Imparcialidade e o Rigor


Rui Santos disse, no passado "Tempo Extra" que:

- Que o Leixões facilitou a vida ao FC Porto no passado jogo

- O FC Porto anda a pagar os salários dos jogadores dos Leixões

- Tudo isto contribui para ensombrar o Futebol Português

Tenho a dizer a Rui Santos o seguinte:

- De facto, o Porto paga aos seus jogadores que estão emprestados ao Leixões

- Provavelmente a graduação dos óculos de Rui Santos deve estar a precisar de ser revista

- O que enegrece o futebol português é o miserabilismo de muitos comentadores que, achando-se os Marcelos Rebelos de Sousa do futebol, criaram uma cátedra dominical, com uma farta homilia (que ofusca, até, os serviços noticiosos da estação) que até tem direito a publicidade e a "correio dos leitores" ao senhor comentador (que saudades de Rui Unas, na Antena 1!)
Se não houvesse nada para criticar e o futebol fosse um mundo perfeito ... Lá se ia a Cátedra!

É muito chato quando não se consegue largar a pele de adepto de futebol e quando se lançou, anos a fio, uma campanha contra o Presidente do FC Porto sem qualquer fundamento.

Mas, na quarta-feira, o FC Porto já não pagou salários ao Atlético, pois não?

TRISTE


O Sucesso de 4 Anos - Margarida Moreira


Casos de Sucesso da Administração Sócrates

Só apetece mesmo brincar ...




Margarida Moreira
Directora Regional de Educação do Norte

Especialidade: Líder dos Serviços Secretos da Frente Governamental Anti-Docente

Currículo: Estágio Profissional no KGB

Especialização em Seguidismo Político na Universidade Kim Il Sung, em Pyongyang, Coreia do Norte

Mestrado em Lambe Botismo na Universidade de Havana (com orientação de Raul Castro)

Doutoramento na Universidade Independente (com provas a um Domingo, sob a orientação de Luiz Arouca)

Para conhecer melhor o perfil, clicar aqui

O que mais gosta de fazer:

- Defender a honra do primeiro-ministro

- Malhar em quem "aproveita a boleia para malhar no governo"

- Estimular a mediocridade (perdão! O Mérito)

- Dizer que os professores não fazem nada e que devem passar todos os alunos administrativamente, porque a recorrência de chumbos desmotiva os alunos e faz com que estes saiam do sistema de ensino

O que faz nos tempos livres:

- Cortar na casaca (dos que criticam o "chefe", pois claro)

- Fazer alguma (poucochinha) política educativa para justificar o lugar

Perante este currículo, curvo-me e presto a minha homenagem a quem tanto faz pelo nosso amado país ...

domingo, 8 de março de 2009

O Wresler


Hoje a minha ida ao cinema pausou-se pela curiosidade intrínseca pela análise de um dos filmes que recebeu 2 globos de ouro. Apesar de desconhecer as categorias para a recepção destes, decidi fazer uma análise global ao filme. Pareceu-me apesar de tudo, um bom filme, pautado pela dificuldade em interpretar um papel aparentemente "insosso". Na realidade, as aparências iludem, e "viver" aquele papel é bastante mais difícil do que a maioria das pessoas poderá pensar. Darei um exemplo simples... A interpretação de alguém que tinha tudo, e passou a não ter nada nunca foi algo fácil de fazer. As limitações que nos impedem de fazer ou tomar acções que nós queremos, nunca foi algo simples de aceitar. No entanto, evidencia-se bastante estes factos ao longo do filme. Também por outro lado, conseguimos observar que as decisões que são tomadas ao longo de uma vida influenciam o seu resultado final de uma forma decisiva, e muitas vezes, o quanto a personalidade influencia os desejos duma forma determinante. Trata-se, na minha opinião, de um filme extremamente simples, mas pautado por uma complexidade emocional e psicológica que não salta facilmente à vista, apesar de todas as dificuldades da personagem demonstradas durante o filme. Em suma, um bom filme para ver, mas com calma, inteligência e sensibilidade quanto baste. No entanto, uma nota extremamente positiva num aspecto... Efeitos especiais quase desprezáveis, que acaba, na minha opinião, por fazer sobressair o conteúdo do filme.
Num outro aspecto, ouvi dizer que este filme foi nomeado para os oscares. A ausência deste galardão não me surpreende muito, pois não me admiraria muito que o lobby do wresling americano tivesse tentado fazer pressão para que este não lhes fosse atribuído. Afinal de contas, ninguém gosta de publicidade negativa, nem que seja indirecta ...

PS: É definitivamente um filme para maiores de idade, devido ás cenas de nudez e violência explicita. Por outro lado, não é qualquer um que consegue analisar este filme ...

sábado, 7 de março de 2009

O desaparecimento da Música

Ia hoje a matar saudades, a conduzir o meu belo carrinho, quando dei por mim a ouvir Linkin Park na rádio. Mas não é os "novos" Linkin Park, mas as musicas antigas, as originais, as verdadeiras. Aquelas que primavam por uma originalidade extraordinária, algo mesmo de surreal. Lembrei-me então das musicas actuais...
A pressão que a industria da musica faz sobre todos os seus "artistas" é completamente compreensível sob o ponto de vista monetário, no entanto, deveria ter os seus limites. Lembro-me de vários vídeos no youtube, nos quais os Linkin Park se queixavam que estavam a tentar manipular a natureza do grupo e a sua musica, para produzir aquilo que a industria queria, um certo e determinado estilo pop-rock. Tal como a água que vai batendo... lá devem ter conseguido. A essência dos Fort Minor continua presente, em background, nas musicas dos Linkin Park. No entanto, aquela essência impressa nas primeiras musicas tem vindo a desaparecer ao longo do tempo, pelo menos na minha opinião. Já não se ouve o Rap do Mike Shinoda, e era esse facto que tornava os Linkin Park particularmente únicos, sendo capazes de juntar o rock e o rap duma forma única e peculiar. Já os Limp Bizkit também o fizeram, no entanto, o estilo de ambos é totalmente distinto. Cheguei a admirar os Linkin Park pela sonoplastia que a musica possuía, aliando rock, rap, e até mesmo musica mais ... "tecno", ou lá como se chamará. Agora ... Está tudo diferente.
Se a industria da musica força os seus artistas a mudar consoante as suas vendas e o que o mercado exija (que infelizmente, é normal, e é em parte, produto do capitalismo) pergunto-me o que se sucederá tendo em conta a moda que é a musica tecno. Agora qualquer marmelo pega num softwarezito da treta (ou lá o k é que eles usam) e faz "musica". Eu não chamo aquilo musica, chamo entretenimento. A parte ridícula é que há quem goste... como música. Longe vão os tempos em que se apreciava um Mozart ou um Chopin...
Muitos me criticam por ser capaz de ouvir metal e música clássica, no entanto, aquilo que eu aprecio é a música em si. Conheço a dificuldade de "fazer" musica, e conheço alguns dos obstáculos inerentes no processo. Já me falaram, por exemplo, dos acordes dos Metallica, classificando-os de espectaculares, surreais e dificílimos. E é completamente diferente desta nova "música", que utiliza gravações para fazerem o que lhes apetece. Também não gosto normalmente da música pop, em que aparecem muitas vezes casos de "show-off", como a Britney Spears, cantora profissional de playback. Já a musica popular portuguesa é boa para divertimento e entretenimento, associada a musicas muitas vezes estúpidas e estapafurdias, mas... Hey, a ideia é mesmo essa!!.... No entanto, a ideia não me sai da cabeça. A homogeneização. Tal como a dicção Portuguesa tende a homogeneizar em resultado da televisão, pergunto-me se o mesmo não acontecerá na música, sendo a minoria levada pela maioria. Espero que também seja uma moda de pouco tempo, no entanto, os Buraca Som Sistema são, para mim, uma banda para discoteca, e estão a ter muito sucesso... O que se sucederá no mundo da música no futuro ? Fica a pergunta....

quinta-feira, 5 de março de 2009

Uma virgem ofendida do regime


  • Mesquita Machado é Presidente da Câmara Municipal de Braga praticamente desde o final do 25 de Abril (mais concretamente desde 1976).

  • Mesquita Machado foi durante muitos anos Presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol - o órgão onde, supostamente, deveria ser discutida a situação cancerosa do futebol português: não só na falta de qualidade dos dirigentes e na adoração de alguns jogadores que se tornam, a prazo, “verbos de encher”, mas também na situação financeira (que não é de hoje) insustentável que mais de 80% dos clubes portugueses vivem a pensar que a venda de algum júnior razoável pode ser o “el dorado” das suas contas. Mesquita Machado sai da mesma presidência, em ano de eleições autárquicas, em nome do “prejuízo que o Sporting de Braga tem sofrido em sucessivas arbitragens” e pela “falta de verdade e transparência” que considerou existir no nosso futebol.


Com certeza, Mesquita Machado não deve estar atento (ou está até demais …) ao blog “Braga 2009″ da candidatura de Ricardo Rio à autarquia bracarense, pois este autarca da oposição tem levantado, de forma sistemática, os problemas ao nível da organização do futebol distrital e concelhio em Braga.

Não deixa de ser curioso que, com tantos anos na Federação, nunca tenha - de forma assertiva e efectiva - pugnado por estes objectivos e que só agora, em vésperas de mais um combate eleitoral autárquico o faça, cavalgando claramente a boa forma e a excelente organização que o Sporting de Braga tem vindo a evidenciar desde há alguns anos a esta parte.
Aos Bracarenses pergunto: isto não lhes dá que pensar?

De facto, como mostra a imagem, a Mesquita Machado deve-lhe restar uma via: REZAR para ter juízo no que diz e faz

terça-feira, 3 de março de 2009

A coluna do Marquês II


Eu, Sebastião José de Carvalho e Mello, mostro-me perplexo e com a alma parva depois de ter presenciado certos acontecimentos que decorreram em Espinho no passado fim de semana ...


Não! Não foi a Feira! Aí eu teria o prazer de assistir à correria das crianças, aos pregões dos vendedores e vendedoras mais inflamados!


A Feira a que eu assisti foi uma feira de vaidades e decorreu na "nave desportiva" de Espinho. O autarca local, José Mota, ficou tão envergonhado com aquele espectáculo tão pouco digno que até decidiu cortar a luz para que os "trabalhos" acabassem mais cedo.


Portugueses: eu reconstruí Lisboa (já sei que os do Norte - e com razão - vão dizer que foi um erro, mas eram outros tempos ...) e, em menos tempo, prometo-vos correr com esta corja do "centrão" e voltar a reerguer o esplendor da nossa bem amada nação!


In "Entrevista do Marquês de Pombal a Mário Crespo", em 1758