sábado, 7 de março de 2009

O desaparecimento da Música

Ia hoje a matar saudades, a conduzir o meu belo carrinho, quando dei por mim a ouvir Linkin Park na rádio. Mas não é os "novos" Linkin Park, mas as musicas antigas, as originais, as verdadeiras. Aquelas que primavam por uma originalidade extraordinária, algo mesmo de surreal. Lembrei-me então das musicas actuais...
A pressão que a industria da musica faz sobre todos os seus "artistas" é completamente compreensível sob o ponto de vista monetário, no entanto, deveria ter os seus limites. Lembro-me de vários vídeos no youtube, nos quais os Linkin Park se queixavam que estavam a tentar manipular a natureza do grupo e a sua musica, para produzir aquilo que a industria queria, um certo e determinado estilo pop-rock. Tal como a água que vai batendo... lá devem ter conseguido. A essência dos Fort Minor continua presente, em background, nas musicas dos Linkin Park. No entanto, aquela essência impressa nas primeiras musicas tem vindo a desaparecer ao longo do tempo, pelo menos na minha opinião. Já não se ouve o Rap do Mike Shinoda, e era esse facto que tornava os Linkin Park particularmente únicos, sendo capazes de juntar o rock e o rap duma forma única e peculiar. Já os Limp Bizkit também o fizeram, no entanto, o estilo de ambos é totalmente distinto. Cheguei a admirar os Linkin Park pela sonoplastia que a musica possuía, aliando rock, rap, e até mesmo musica mais ... "tecno", ou lá como se chamará. Agora ... Está tudo diferente.
Se a industria da musica força os seus artistas a mudar consoante as suas vendas e o que o mercado exija (que infelizmente, é normal, e é em parte, produto do capitalismo) pergunto-me o que se sucederá tendo em conta a moda que é a musica tecno. Agora qualquer marmelo pega num softwarezito da treta (ou lá o k é que eles usam) e faz "musica". Eu não chamo aquilo musica, chamo entretenimento. A parte ridícula é que há quem goste... como música. Longe vão os tempos em que se apreciava um Mozart ou um Chopin...
Muitos me criticam por ser capaz de ouvir metal e música clássica, no entanto, aquilo que eu aprecio é a música em si. Conheço a dificuldade de "fazer" musica, e conheço alguns dos obstáculos inerentes no processo. Já me falaram, por exemplo, dos acordes dos Metallica, classificando-os de espectaculares, surreais e dificílimos. E é completamente diferente desta nova "música", que utiliza gravações para fazerem o que lhes apetece. Também não gosto normalmente da música pop, em que aparecem muitas vezes casos de "show-off", como a Britney Spears, cantora profissional de playback. Já a musica popular portuguesa é boa para divertimento e entretenimento, associada a musicas muitas vezes estúpidas e estapafurdias, mas... Hey, a ideia é mesmo essa!!.... No entanto, a ideia não me sai da cabeça. A homogeneização. Tal como a dicção Portuguesa tende a homogeneizar em resultado da televisão, pergunto-me se o mesmo não acontecerá na música, sendo a minoria levada pela maioria. Espero que também seja uma moda de pouco tempo, no entanto, os Buraca Som Sistema são, para mim, uma banda para discoteca, e estão a ter muito sucesso... O que se sucederá no mundo da música no futuro ? Fica a pergunta....

2 comentários:

  1. Um comentário muito pertinente e com o qual concordo inteiramente.

    Não há nada como ouvir uma música em estado puro, virginal, com os instrumentos a serem tocados "ao vivo" e sem grandes interferências electrónicas.

    Desde o momento que qualquer um pode ser capaz de fazer música com aparelhos electrónicos - qualquer badameco que faça "ruído" é músico - está tudo dito quanto à qualidade musical de uma dada "trilha sonora" ...

    Quantpo aos Buraka ... Sem comentários ... Não percebo a razão de tanto sucesso e fico, mesmo pasmado, com o prémio MTV que lhes foi atribuído ...

    Serei eu?

    ResponderEliminar
  2. Não me parece que sejas só tu a pensar assim, no entanto, parece que somos uma pequena minoria num mundo que ... enfim.

    ResponderEliminar