- Um Presidente que passou um ano inteiro a auto-promover a sua imagem num ciclo eleitoral terrível, em que era importante que o Partido estivesse unido e militante no seu combate (a sua não inclusão na lista de deputados é, a meu ver, um castigo justamente penalizador de uma atitude guerrilheira desagradável e constante - e que teve nas Europeias e em Vila Real um ponto culminante)
- Um Presidente que esteja a invocar patrocínios da líder (ainda) em funções e que esteja também a fazer o seu "sprint" para a meta recorrendo ao poder que (ainda) detém na vice-presidência partidária, quando se trata de uma pessoa sem qualquer dimensão intelectual e programática relevante ... Mais: quando essa mesma pessoa "fez a cama" ao líder que, com mais de 60% dos votos expressos pelos militantes foi legitimado para vencer José Sócrates e que foi constantemnte vilipendiado e posto em cheque por ambiciosos arrivistas ... como o dito senhor e a sua entrevista à Visão em Abril de 2008 (para bom entendedor ...)
- Um Presidente que represente aquilo que é preciso "exorcizar" no PSD: o longo (e marcante) passado cavaquista ... há que virar a página desse passado (que muitos e bons frutos deu ao progresso do país, mas que está esgotado ... ponto)
E sei também aquilo que, em termos de perfil, quero para o PSD:
- Um líder forte, apoiado pela maioria do partido
- Um líder inteligente, capaz, com provas dadas
- Um líder com "boa" imprensa e que a possa usar em benefício do partido (desde a segunda maioria absoluta de Cavaco que é rara a "boa" imprensa no PSD)
- Um líder que saiba o que quer, que faça uma reforma dentro do PSD, na sua forma de comunicar e de agir politicamente e que, depois desse trabalho feito, possa - de facto - reconquistar a confiança (há muito) perdida pelos portugueses no PSD ...
- Um líder que - como MFL, faça-se-lhe justiça - perceba o potencial criativo representado pela JSD e lhe possa dar mais força dentro do Partido para que este se possa aproximar da linguagem das novas gerações e dos novos discursos sociais
- Um líder que, em suma, seja capaz, culto e que leia bem os ventos que vão soprando no mundo
- Em resumo: um líder de dimensão!
Não sendo possível contar com Paulo Rangel (minha desejada primeiríssima escolha), vejo neste momento duas figuras que podem representar este perfil:
- Paulo Mota Pinto (um homem que, ainda há 1 ano, era desconhecido da esmagadoríssima maioria dos portugueses - um Professor de Coimbra jovem e inteligente, mas já com currículo político e com uma "boa" cabeça, arrumada e empreendedora; tem a vantagem de estar no Parlamento para enfrentar "cara a cara" José Sócrates; tem a vantagem de não ter "passado" o que é uma inegável mais valia; tem a vantagem de perceber as novas plataformas e círculos de comunicação política - é a minha escolha preferida)
- Marcelo Rebelo de Sousa (que reúne todos os predicados ditos acimas mas que, na minha opinião, tem apenas um "handicap": Já foi líder do PSD ...
Mas, não foi Sá Carneiro líder do Partido por mais do que uma ocasião?
A ver vamos ...