quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Uma sugestão de leitura

Apresento-vos hoje uma obra que tenho lido a espaços e que apresenta, de forma eloquente e generosa, a forma de ser portuguesa. D. Manuel Clemente é, num tempo marcado pelas trevas de uma preguiça intelectual avassaladora (só assim se explica que tantas "nódoas" possam vender tanto), um farol de luminosa liberdade intelectual que, espero, possa alumiar os nossos intelectos abatidos, resignados e as nossas almas geladas pelo frio da crise.
Portugal já foi um grande país e vive hoje sonâmbulo, adormecido quanto ao papel que deve desempenhar no futuro da Europa e do Mundo. O livro "Portugal e os Portugueses" é o resultado de muitos anos de reflexão de um dos espíritos mais refinadamente superiores que, felizmente, escolheu a diocese do Porto como "areópago" da sua pregação vibrante e da sua leitura actual do país e do mundo.
Portugal é, sobretudo, fruto da visão de um homem (D. Afonso Henriques) e do suor de uma vontade colectiva (que emerge no Entre Minho e Mondego, nas terras Portucalenses) ... Fruto da obstinação na luta contra um certo sentimento periférico (primeiro face a Leão, depois face a Castela - mais tarde Espanha e, agora, perante a União Europeia) e contra uma natureza étnica que nos impelia a ser metade "galegos" e outra "castelhano-andaluzes" ...
Na verdade, o português não é, nem pode ser uma unidade: é um "caldo cultural" de celtas, lusitanos, romanos, suevos, visigodos, árabes, leoneses, borgonheses, africanos, índios ... Não há uma etnia portuguesa! Há um Portugal naturalmente aberto á conversão, à mistura, ao diálogo e à abertura. Uma nação una (feita pela burocracia), mas múltipla (pela gente que a construiu).

Tudo isto e muito mais para descobrir em "Portugal e os Portugueses", de D. Manuel Clemente (Porto: Assírio e Alvim, 2008). Podem encontrar outras notas de leitura aqui. Se a vossa pergunta é: quem é Manuel Clemente? o que escreveu? A resposta pode ser encontrada aqui.

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